- Porque indícios se pode
reconhecer em um homem o progresso real que lhe elevará o Espírito na hierarquia
espírita?
R. O Espírito prova a sua
elevação quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei
de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual.
(Questão nº 918 de “O Livro dos
Espíritos”).
Comentando a questão, com segurança e
propriedade, lembra Kardec que o “homem de bem é o que pratica a lei de justiça,
amor e caridade, na sua maior pureza”. E o generoso Emmanuel, em “Religião dos
Espíritos”, acrescenta que o homem de bem é o homem bom, aquele que usa de
compreensão e misericórdia para com o semelhante. Paulo de Tarso, por sua vez,
torna a tese ainda mais formosa, afirmando que “o reino de Deus não consiste em
palavras, mas em virtudes”.
Essa é, na verdade, a missão
providencial do Espiritismo: moralizar o Homem, de modo a que ele possa
contribuiu para a transformação da Humanidade. O Codificador, no item nº 350 de
“O Livros dos Médiuns”, interroga: “De que serve ao avarento ser espírita se
continua avarento?”
Levando o Evangelho ao entendimento do
Homem, pelas bênçãos da Boa Nova, Jesus não só transformou a ríspida lei
moisaica em fundamento maravilhoso de concórdia, como, também, consagrou na
parábola da adúltera e terapêutica da renovação moral, incorporada
definitivamente ao programa das instituições espíritas. Essas sociedades não
julgam, não criticam, não olham para trás e não condenam os que tombam;
mostram-lhes o Evangelho, falam-lhes sobre o livre arbítrio e recomendam-lhes
que “não pequem mais”.
Com os olhos voltados para essa diretriz
cristã, o Homem Renovado sente a necessidade de se emancipar das sombras,
afinando-se com as leis morais anotadas na terceira parte de “O Livro dos
Espíritos” e, de igual sorte, com os superiores ensinos evangélicos.
O Homem Renovado cuida, decorrentemente,
de efetivar periódicos exames de consciência, através dos quais vai melhor
conhecendo sua legítima posição evolutiva. Foge da reprovação, dispensa o louvor
e evita o egoísmo, colocando os seus pensamentos e atos a serviço do
Bem.
O Homem Renovado se debruça sobre novos
caminhos, conduzido pela lógica de formosa filosofia, totalmente desprovida de
exterioridades. E se embala na Verdade, uma vez que a ciência também lhe permite
compreender a vida espiritual.
O Homem Renovado é venturoso porque
aquece o coração com as excelsitudes da caridade, que ajuda ao próxima em
utilidades, mas que ajuda, sobretudo, em tolerância e fraternidade.
O Homem Renovado caminha felicitado pela
coragem. Sente-se balsamizado por aquela luz que tonifica os fracos, consola os
sofredores e levanta os enfermos, com vistas à imortalidade. E ostenta
afirmações de fé com lastro em obras de amor.
O Homem Renovado avança entoando
louvores à vida, porque crê no continuado de encontrar Jesus no próprio coração
e nunca o procurando nos altares de ouro dos templos perecíveis.
O Homem Renovado segue jubiloso, porque
identificado com a “religião pura e imaculada”, a que se refere Tiago, e que
consiste em “visitar os órfãos e os necessitados, guardando-se da corrupção do
mundo”.
O Homem Renovado se considera
bem-aventurado porque desfruta da paz cristã que lhe faculta vislumbrar, por
antecipação, toda a beleza do plano espiritual.
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