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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Compaixão


Compaixão
O sentimento da compaixão é mesmo um transbordamento amoroso. Como as lágrimas, que rolam dos olhos por causa da emoção, ela transborda diretamente do coração, só que em direção ao mundo.
Quando sentimos pena, olhamos de cima para baixo, evitando o envolvimento com a situação ou com o outro.
Quando vivemos a compaixão, olhamos de lado, de dentro e nos sentimos responsáveis, comprometidos com o outro.
A verdadeira compaixão tem por base o raciocínio de que todo ser humano tem o desejo inato de ser feliz e de superar o sofrimento, exatamente como nós.                    
E, exatamente como nóso outro tem o direito de realizar essa aspiração fundamental.
O filósofo André Comte Sponville esclarece que compartilhar o sofrimento do outro não é aprová-lo nem compartilhar suas razões, boas ou más, para sofrer.
É recusar-se a considerar um sofrimento, qualquer que seja, como um fato indiferente. E um ser vivo, qualquer que seja, como coisa.
Os grandes missionários da Terra, aqueles que se dedicaram ao próximo de forma intensa, foram grandes exemplos dessa compaixão, pois não cederam à indiferença.
Não suportaram ver o sofrimento alheio sem fazer nada a respeito e se atiraram a tarefas grandiosas de abnegação e coragem pelo mundo.
A compaixão é dinâmica, atuante e vibrante.
Eis mais uma virtude que podemos aprender. Mais um tesouro escondido na alma que precisa ser descoberto. 
Deixai que o vosso coração se enterneça ante o espetáculo das misérias e dos sofrimentos dos vossos semelhantes.
Vossas lágrimas são um bálsamo que lhes derramais nas feridas e, quando, por bondosa simpatia, chegais a lhes proporcionar a esperança e a resignação, que encanto não experimentais!

terça-feira, 24 de abril de 2012

A balsa


A balsa


Na História da Humanidade encontramos acontecimentos que nos levam a profundas reflexões.
Em 1816, uma fragata francesa encalhou próxima à costa do Marrocos. Não havia número suficiente de botes salva-vidas. Os restos do navio foram a única balsa que manteve vivas cento e quarenta e nove pessoas.
A tempestade as arrastou ao mar aberto por mais de vinte e sete dias sem rumo.
A dramática experiência dos sobreviventes impressionou a um artista. Theodoro Gericault realizou um estudo substancial dos detalhes para produzir a pintura.
Ele entrevistou os sobreviventes, os enfermos e, inclusive, viu os mortos. Horrorizado, reproduziu a íntima realidade humana nessa situação.
Seu quadro, intitulado A balsa de Medusa, retrata não somente o naufrágio do navio A Medusa, ocorrido no dia dois de julho de 1816, mas um acontecimento que comoveu a França e trouxe repercussões que tocaram o mais profundo da alma humana.
Na pintura, pode-se ver as diferentes atitudes humanas que se manifestam nos momentos cruciais da vida.
Alguns dos sobreviventes se apresentam deitados, em total abandono, sem reação alguma. Parecem simplesmente aguardar a morte inevitável.
Outros se mostram desesperançados, alheios aos demais. O olhar distante, perdido no vazio, demonstra que perderam a vontade de viver e de lutar.
Um punhado deles, no entanto, mantém a esperança acima de tudo. Tiram do corpo as próprias camisas e as agitam com força, fixando um ponto no horizonte, como se desejassem ser vistos por alguma embarcação, por alguém.
O curioso, entretanto, é que embora eles estejam balançando as vestes brancas, não há nenhum navio à vista. Nada que indique que eles serão resgatados.

A balsa é como o planeta Terra. Os tripulantes são a Humanidade e as atitudes que cada um toma diante da vida.
Podemos ser como os desesperançados, quando atravessamos situações difíceis e nos decidimos a simplesmente nos entregar sem luta alguma.
Podemos estar enquadrados entre aqueles que acreditam que não há solução e, assim, também não há porque se esforçar para melhorar o estado de coisas.
Podemos também ser os que duvidamos de tudo e de todos. Ou, finalmente, ser aqueles que mantemos a esperança acima de tudo, esforçando-nos para chegar à vitória, embora ela pareça estar muito, muito distante.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

CALA-TE E AJUDA !


CALA-TE  E  AJUDA !




Se podes vislumbrar o mal encastelado sob ouropéis cintilantes, ajuda em silêncio, mesmo afrontando a ignorância e a ingratidão, lembrando-te do sacrifício propiciatório de Jesus por todos nós. Se no meio da incompreensão tu podes acender a lâmpada refulgente do Evangelho, mas se não te escutam, cala-te e confia no Divino Mestre, orando com fervor por estes que são incongruentes consigo mesmo.
Se teu companheiro de jornada te critica, eivado de inveja, orgulho ou ambição, cala-te e procura compreendê-lo; Jesus também foi censurado por Judas e, antes do beijo da traição, o qualificou de amigo.
Se a calúnia e a maledicência batem à tua porta, fecha as janelas de tua alma a este ruído vulgar do mundo e procura encontrar dentro de ti mesmo a mansidão do Divino Mestre, calando e escutando o cântico sublime da Verdade em teu espírito.
Se te perseguem e se te acusam, cala-te e confia nos anjos do Senhor, que distribuem Sua Justiça; pois os justos desta gozarão. Se te sentes só e pequenino no burburinho do mundo, ante o fragor das tempestades da alma, cala-te, recolhe-te, e na prece cheia de sinceridade encontrarás logo a companhia sublime do Divino Amigo para ajudares teus irmãos em provas.

domingo, 22 de abril de 2012

A PEDRA


A PEDRA

A todo momento deparamo-nos com um obstáculo impedindo-nos de alcançar os objetivos que estabelecemos como o melhor, em nossa caminhada. Contra esses escolhos denominados de “pedra no caminho” lançamo-nos com toda a força, envidando todos os esforços e usando dos recursos disponíveis. Reclamamos e nos consideramos perseguidos pelo destino, porque em todos os rumos que pretendemos tomar, lá está ela, impedindo a passagem.
Às vezes, a pedra é pequenina e podemos jogá-la para o lado, limpando o caminho com pouco ou nenhum esforço, mas, às vezes, é grande, irremovível e, aí, voltamos a acusar tudo e todos, por vermos nossas intenções frustradas.
O aprendizado da Doutrina, no entanto, mostra-nos que essas dificuldades em nossa caminhada, ao invés de obstáculos, devem ser encaradas como incentivo para que arrebanhemos forças e todos os recursos para vencê-las, constituindo-se, para isso, o que parecia um obstáculo, um fator de aprendizado e progresso no nosso desenvolvimento intelectual e espiritual.
Observemos, desse modo, os obstáculos que se apresentarem em nosso caminho em todos os seus aspectos e, ao invés de colocarmo-nos, passivamente, como reclamantes e revoltados, tomemos a posição de desenvolver os recursos internos e externos ao nosso alcance para enfrentá-los, considerando-os, não como inimigos, mas como desafios e instrumentos da divina providência, a nosso favor.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O TRABALHADOR E JESUS


O TRABALHADOR E JESUS


Em verdade, esses são dias de confusões na alma do mundo, causando dificuldades na ação do bem.

Jesus, contudo, já houvera asseverado que, na Terra, a alma humana só encontraria aflições. Há sombras que se avolumam no cerne dos seres, promovendo a sanha da violência e do crime em toda parte.

Mas, Jesus afirmara que tanto o homem bom quanto o mau retiravam os fundamentos das suas obras dos próprios corações.

Esses são tempos nos quais identificamos a devastadora atividade do materialismo e a impertinência de interesses egoísticos que espalham a miséria da guerra.

Entretanto, Jesus estabeleceu que seriam bem-aventurados os pacificadores.

Um agigantado número de indivíduos, doentes e necessitados de variados matizes, num mundo de bilhões de almas, ainda sofre a tortura da desconsideração e do abandono.

Porém, é bom recordar a ação de Jesus, considerando que Ele afirmou não ter vindo para os sãos e sim para os enfermos. Vê-se a hipocrisia que se amplia nos arraiais planetários, levando ao engano, à ilusão, numerosas criaturas, que se entregam inermes à falácia de tantos que, de fala fácil, convincente e de corações ensombrados, esmeram-se por triunfar no imediatismo do mundo.

Jesus, no entanto, advertiu para que tivéssemos cuidados com os falsos profetas, disseminados aqui e ali.

Localizam-se atitudes antifraternais, expressas por meio de intrigas, de agressões de vários tipos, de ignomínias que estabelecem comprometimentos infelizes, provocando muito sofrimento e muita frustração desalentadores.

Mas, Jesus explicou que se O levaram à praça do escárnio e ao madeiro infamante, Ele que era o ramo verde, o que é que devem esperar as varas secas que nós representamos? Às vezes, o desalento ronda a trajetória dos servos do bem, em razão de tantas e exaustivas pelejas com que se defrontam, como se carregassem o peso do mundo sobre os ombros cansados.

Porém, vale não olvidar a recomendação de Jesus: Tende bom ânimo!

Sejam, então, quais forem os problemas que se apresentem nos passos do teu caminho terreno, caro amigo, quaisquer que sejam os desafios que se insurjam na tua rota evolutiva, seja em teu próprio íntimo, no relacionamento familiar ou nas lidas da seara em que trabalhas a tua fé, terás em Jesus Cristo o ancoradouro seguro para o coração, a orientação e o conforto moral de que necessites. Nele encontrarás sempre as respostas às tuas inquietações, a fim de que não te alarmes, não te atormentes, mas para que possas seguir caminho afora, superando as deficiências em torno de ti, cumprindo a parte que te cabe cumprir na cooperação com a Obra de Deus, sob a claridade do Consolador.


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Caridade Entre Nós


    Caridade Entre Nós

    A Doutrina espírita no amparo do Cristo de Deus é o campo de serviço, a que somos chamados para agir em Seu Nome.

    Compreendemos que todos comparecemos ao engajamento, tais quais somos e como estamos: - em dívida ou em luta, carregando o fardo de nossas imperfeições e conflitos.

    E, unicamente trabalhando, encontraremos o desgaste das forças que nos compete alijar de modo a servir com segurança.

    Por isto mesmo, não nos esqueçamos:

    Se a dificuldade aparece, sejamos o ponto que favoreça a supressão dos obstáculos, sem agravá-los;

    Se a discórdia nos impele a tumulto, recorramos à paz sem menosprezo da verdade, colocando a verdade em amor, a fim de que o amor nos reúna acima de quaisquer circunstancias, procurando os objetivos que nos cabe atingir;

    Se a sombra nos envolve, acendamos a luz da oração, por dentro de nós, com a certeza de que se a prece nem sempre modifica o ambiente externo de nossas realizações, sempre nos rearmonizará no íntimo da alma, induzindo-nos a ver com clareza e entendimento as questões do caminho;

    Se a aprovação nos visita, usemos a paciência que o conhecimento da realidade nos infude, reconhecendo que não bastará medir o sofrimento para extinguí-lo e sim trabalhar incessantemente no auxílio aos outros, porque através dos outros, o Senhor nos estenderá o socorro necessário;

    Se incompreensões nos examinam a capacidade de amar, convertamos-nos em companheiros mais dedicados aobem daqueles irmãos que, por ventura, se nos façam instrumentos de melhoria espiritual;

    Se a crítica surge à frente, busquemos anatomizá-la, a fim de assimilar-lhe as lições justas, desfazendo enganos ou refazendo tarefas, sinceramente dispostos a contribuir no sustento da harmonia geral;

    Se recursos escasseiam a hora em nossas mãos, doemos um tanto mais de nós mesmos, em serviço e compreensão, no socorro às necessidades alheias, convencidos de que pelo idioma inarticulado do dever cumprido, Deus suscitará novos cooperadores e companheiros que nos reforçarão as possibilidades nas tarefas que nos reclamam presença e atividade, no dia a dia;

    Se óbices, reparações, desuniões, fracassos, sofrimentos, desistências, desafios, lágrimas, deserções, conflitos e tribulações, sejam quais sejam, aparecerem juntos de nós, que a luz de nossa  se transforme em nós no recurso preciso a fim de que os esquemas do Cristo se façam realizados por nós, com o esquecimento de nós mesmos.

    Nesse caminho da caridade, devemos seguir todos, porque se fora dela não há recuperação para ninguém, fora do serviço que a expressa nenhum de nossos problemas encontrará solução.



quarta-feira, 18 de abril de 2012

Contentar-se


Contentar-se

Em sua Epístola aos filipenses, Paulo de Tarso afirmou já ter aprendido a se contentar com o que tinha.
Trata-se de uma reflexão interessante e muito atual.
A vertigem da posse avassala a maioria das criaturas da Terra.
Homens e mulheres perdem a paz e, muitas vezes, a dignidade, na busca de riquezas.
Multiplicam suas atividades, para muito além do necessário, a fim de possuir muitas coisas.
Com tal proceder, deixam de prestar atenção em questões graves da existência humana.
Para ter mais e mais, abdicam do convívio com amigos e familiares e se deixam tomar pelo egoísmo.
A vida simples constitui uma condição da felicidade relativa que o planeta pode oferecer.
Contudo, ela foi esquecida por grande parte dos homens.
A Espiritualidade informa que a esmagadora maioria das súplicas que partem da Terra não se alça a planos superiores.
Elas não conseguem avançar além de seu acanhado âmbito de origem.
Isso porque os pleitos dirigidos à Divindade costumam conter estranhos absurdos.
Raras pessoas se contentam com o material recebido para a solução de suas necessidades.
Raríssimas pedem apenas o pão de cada dia, como símbolo das aquisições materiais indispensáveis.
O homem incoerente não procura saber se possui o menos para a vida terrena.
Ele costuma andar ansioso pelo mais nas possibilidades transitórias.
Geralmente, permanece absorvido pelos interesses perecíveis.
Insaciado, inquieto, vive sob o tormento angustioso de desmedida ambição.
Na corrida louca para o imediatismo, esquece a oportunidade que lhe pertence.
Desvaloriza e considera pouco o que a Sabedoria Divina lhe depositou nas mãos.
Olvida que renasceu para se pacificar e tornar virtuoso, e não para amontoar coisas que deixará ao morrer.
Com isso, atira-se em aventuras de consequências imprevisíveis, em face de seu futuro infinito.
Quem já entende a finalidade superior da existência terrena, precisa se esforçar para sair desse círculo vicioso.
De nada adianta gastar todas as energias em questões transitórias, com esquecimento do objetivo essencial da vida humana.
Cedo ou tarde, a morte de forma simples e clara revela a cada um o que é de fato importante.
Para não se arrepender amargamente, importa analisar a essência dos próprios desejos.
Faz sentido arder de cobiça pelo que ficará em suas mãos por reduzidos instantes?
Não é melhor libertar-se de tanto apego e prestar atenção em questões mais importantes, como a família, os amigos e as dores que pode amenizar?
Há muitos séculos, Paulo de Tarso iluminou-se ao aprender a contentar-se com o que tinha.
Ninguém fará essa lição por você.
Pense nisso.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Aflição Vazia


    Aflição Vazia

    Ante as dificuldades do cotidiano, exerçamos a paciência, não apenas em auxílio aos outros, mas igualmente a favor de nós mesmos. 
    Desejamos referir-nos, sobretudo, ao sofrimento inútil da tensão mental que nos inclina à enfermidade e nos aniquila valiosas oportunidades de serviço. 
    No passado e no presente, instrutores do espírito e médicos do corpo combatem a ansiedade como sendo um dos piores corrosivos da alma. De nossa parte, é justo colaboremos com eles, a benefício próprio, imunizando-nos contra essa nuvem da imaginação que nos atormenta sem proveito, ameaçando-nos a organização emotiva. 
    Aceitemos a hora difícil com a paz do aluno honesto, que deu o melhor de si, no estudo da lição, de modo a comparecer diante da prova, evidenciando consciência tranqüila. 
    Se o nosso caminho tem as marcas do dever cumprido, a inquietação nos visita a casa íntima na condição domalfeitor decidido a subvertê-la ou dilapidá-la; e assim como é forçoso defender a atmosfera do lar contra a invasão deagentes destrutivos, é indispensável policiar o âmbito de nossos pensamentos, assegurando-lhes a serenidade necessária... 
    Tensão à face de possíveis acontecimentos lamentáveis é facilitar-lhes a eclosão, de vez que a idéia voltada para omal é contribuição para que o mal aconteça; e tensão à frente de sucessos menos felizes é dificultar a ação regenerativa do bem, necessário ao reajuste das energias que desastres ou erros hajam desperdiçado. 
    Analisemos desapaixonadamente os prejuízos que as nossas preocupações injustificáveis causam aos outros e a nós mesmos, e evitemos semelhante desgaste empregando em trabalho nobilitante os minutos ou as horas que, muita vez, inadvertidamente, reservamos à aflição vazia. 
    Lembremo-nos de que as Leis Divinas, através dos processos de ação visível e invisível da natureza, a todos nos tratam em bases de equilíbrio, entregando-nos a elas, entre as necessidade do aperfeiçoamento e os desafios doprogresso, com a lógica de quem sabe que tensão não substitui esforço construtivo, ante os problemas naturais do caminho. E façamos isso, não apenas por amor aos que nos cercam, mas também a fim de proteger-nos contra a hora da ansiedade que nasce e cresce de nossa invigilância para asfixiar-nos a alma ou arrasar-nos o tempo sem qualquer razão de ser.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Na Terra do Coração


    Na Terra do Coração

    Cultivemos os frutos do Evangelho em nós mesmos, para que não nos faltem garantias à sementeira de paz e renovação.

    Lembremo-nos de que o solo do coração, de algum modo, é semelhante à terra comum.

    Para que o lavrador possa controlar a própria tarefa, efetua, primeiramente, as contas imprescindíveis, marcando as leiras que lhe receberão os cuidado de cada dia.

    Também nós não podemos viver sem o balanço das possibilidades que nos são próprias.

    Logo após, o homem do campo defende o trato de chão em que se movimentará, preservando o próprio trabalho contra a incursão de agentes daninhos.

    Por nossa vez, precisamos guardar o campo intimo, irradiando sentimentos enobrecidos, entre nós e o mundo externo, para que o assalto de elementoinferiores não nos destrua a esperança.

    Em seguida, o cultivador deixa que a terra suporte a pressão do arado, para que a boa semente encontre berço amigo.

    De igual modo, não podemos furtar o próprio espírito ao contato com o sofrimento, que opera em nós condições adequadas à plantação de valores que redimam.

    Mais tarde, vindo a germinação, não dorme o agricultor, de vez que lhe cabe a defensiva constante contra as pragas, a lhe ameaçarem a obra ainda frágil.

    Também nós outros, não podemos repousar sobre as primeiras conquistas espirituais que realizamos, porque é indispensável vigiar ante os golpes sutis das forças deprimentes que nos rodeiam o esforço.

    Do amanho da terra à colheita farta, combate o lavrador, dia-a-dia, até que o fruto precioso lhe enriqueça as mãos.

    E nós também, das primeiras noções de espiritualidade à seara da própria sublimação, não podemos descansar, porque, de instante a instante, é imperioso corrigir e aperfeiçoar pensamentos e idéias, sentimentos e aspirações no santuário de nossa .

    Não nos esqueçamos de que prudência, cautela, trabalho e devotamento são recursos que não nos será licito menosprezar na lavoura do aperfeiçoamento próprio, se quisermos converter a própria vida, com o Cristo, em abençoado celeiro de amor e luz.

domingo, 15 de abril de 2012

FAZENDO AS MALAS


FAZENDO AS MALAS


Quando uma longa viagem surge na vida de alguém, várias são as providências a tomar.

O indivíduo começa um planejamento de longo prazo, com calma e tranquilidade, para tudo poder executar a tempo.
Aos poucos vai se inteirando das informações do país em que irá morar.

Busca conhecer seus aspectos culturais, o clima, a alimentação, os hábitos locais.

E, antes de partir, aos poucos vai se desfazendo das coisas de menor importância, doando alguns pertences, passando a frente outros objetos, descartando as coisas inúteis que no tempo foi guardando.

Pondera o que efetivamente lhe é de grande valia para poder carregar consigo. Repensa em como irá conduzir a vida, a partir de uma nova morada. E aquilata as novas experiências que lhe serão possibilitadas com a viagem.
Como sabe que os anos no exílio lhe serão longos, despede-se dos amigos, não desesperadamente, mas com lágrimas de até breve.

Dá à família as instruções necessárias para sua ausência, para que tudo corra de maneira adequada e para que sua falta não lhes seja um grande fardo.

E assim se vai preparando, para que o dia da viagem não lhe chegue de forma súbita e inesperada, encontrando-o com a mala por fazer e com os preparativos ainda por se concluírem.

Assim se dá com nosso regresso ao mundo espiritual. É a viagem inevitável que todos faremos de retorno à nossa pátria, deixando a Terra que nos é escola bendita e redentora.

Como a viagem está marcada para todos e apenas desconhecemos a data da partida, que possamos aos poucos avaliar como estamos, caso logo mais sejamos convidados a voltar para casa.

Será que nos despediremos de nossos entes queridos com a tranquilidade de quem sabe que irá reencontrá-los um dia?
Será que já nos desfizemos do peso desnecessário e improdutivo que carregamos em nosso coração? Afinal, ele será a única mala que carregaremos.

Será que já nos desapegamos das coisas daqui, que hoje, por mais importantes que sejam, logo mais não terão serventia, quando partirmos?

Não poucos a morte do corpo físico arrebata de maneira despreparada e surpreendente.

Vivem como se a vida física fosse a de eternidade, sem refletir em momento algum sobre a fragilidade da existência humana, esquecendo-se que imortal é a alma, porém jamais o corpo.

Dessa forma, útil será que todos possamos, vez ou outra, refletir sobre a vida e seus valores.

Saber que ela vai muito além dos limites do corpo físico faz com que cada um de nós, aos poucos, vá arrumando as malas para a inexorável viagem de volta a casa.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O desafio do momento


O desafio do momento

Louvadas sejam as mãos que operam as ações do Bem, dirigidas por mentes devotadas à fidelidade aos norteamentos do Consolador.
Não é fácil encontrar-se na Terra muitas almas dispostas a renúncias e sacrifícios em favor dos tempos novos que, paradoxalmente, todos aguardam.
A impressão que se tem é que mentes muito poderosas mas negativas, que conhecem bastante a esfera das fragilidades humanas, atuam no sentido de minar o bom ânimo ou de insuflar desesperança em muitos corações, afastando-os dos caminhos seguros do Senhor.
Nada obstante, as falanges do Bem, capitaneadas por Prepostos de Jesus Cristo, diligentes e discretas, seguem firmes no empenho de desfazer espessas sombras que desorganizam e perturbam, além de iluminar consciências, incentivando-as à esperada fidelidade aos ensinamentos do Espiritismo.
É com essa reflexão que convidamos  todos os irmãos de boa vontade para participarem da Caravana do Amor, que não se pode desmontar nem atarantar diante das investidas negativas do tempo presente.
O labor do Cristo nunca encontrou, na Terra, terreno fácil ou aceitação tranquila, mesmo entre indivíduos que se afirmam como seguidores do Bem. Para muitos deles seria mais interessante que a Mensagem Espírita não os retirasse das zonas de conforto nas quais se alocam, sem nenhum anseio de desacomodar-se, de ir à luta ou de efetuar as indispensáveis mudanças pelos caminhos da existência.
Como o Mestre afirmou que não se pode atender aos interesses de dois senhores, pelo risco de não se conseguir agradar a ambos igualmente, sentimos que já é tempo de optarmos pela polaridade mais importante para nós, ou seja, de fazermos as nossas escolhas definitivas para a vida.
É preciso que definamos a própria escala de valores, uma vez que ao assumirmos compromisso com a Verdade que liberta e com o Bem que alimenta, correremos menor risco de resvalar ou de nos conturbar à frente dos serviços a cumprir Seara afora.
A nossa união em torno do ideal Espírita não pode ser procrastinada, sob pena de perdermos o passo do progresso anelado nas idas do nosso Movimento Espírita, que se propõe difundir a exuberante mensagem do Mundo Maior.
Não temos mais tempo para qualquer modalidade de fuga, de defecção ou de negligência perante os compromissos com o futuro, que já começou.
Vários grupos de companheiros domiciliados nos Campos do Além, com os quais cooperamos pessoalmente, têm se somado às Falanges do Cristo, no sentido de reativar mentes incontáveis e de sensibilizar um sem-número de corações, para que não mais percamos a oportunidade de servir fielmente a Jesus.
Unamo-nos, pois, irmãos, fortalecendo-nos, reciprocamente, para que, devidamente reforçados e responsáveis, alcancemos a excelência da reencarnação e realizemos o nosso melhor esforço pela construção do sonhado mundo novo, a começar de nós mesmos e dos nossos dependentes intelectuais ou afetivos.
Para tanto, não deveremos nos afastar do estudo aprofundado do Espiritismo, por meio de sérias meditações, de discussões e análises graves sobre seus conteúdos tão felizes.
Não mais podemos ver o mundo a incendiar-se sem que nos apresentemos como operadores da paz e da alegria, da lucidez e do trabalho, sem qualquer omissão indevida.
No ensejo, bons amigos, contamos com a companhia dos caros Jaime Rolemberg e Leopoldo Machado, embora outros valorosos servidores desencarnados participem desses luminosos interesses.
O nosso grandioso Espiritismo, enfim, deve ser a nossa filosofia de vida ou não resistiremos ao peso do anticristo, que se materializa de diversas formas, pelas estradas da nossa evolução para o Criador. O tempo melhor, pois, é o agora!
Embora saibamos não ser fácil corporificar no mundo o projeto de Jesus Cristo, não poderemos esquecer que o nosso tempo é, de fato, o agora, e o nosso melhor dia é o de hoje.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Encontro de gerações


Encontro de gerações
Sabemos que é na família que está a base da construção do caráter e também a educação dos sentimentos da criança e do jovem.
O lar é, por excelência, uma grande e abençoada escola, uma instituição humana educativa na qual aprendemos a amar pais, filhos e irmãos para, um dia, ampliarmos esse amor a toda a Humanidade.
A família é oportunidade, concedida por Deus, de reajustes do passado e de consolidação do afeto.
O processo de educação é relativo pois, ao mesmo tempo em que pais e mães estão educando seus filhos, estão também crescendo individualmente.
A ingenuidade infantil facilita a tarefa de modelagem do caráter e o direcionamento adequado das más tendências.
É então na adolescência que costumam surgir as grandes dificuldades. É nessa fase que o jovem está buscando construir a sua própria identidade, estabelecendo-se facilmente um conflito entre as gerações.
As diferentes visões de mundo podem ser uma das causas desse conflito. Salutar entender que a diversidade de opiniões é necessária para o avanço e procurarmos não fazer dessas diferenças motivo de discórdia.
Elas passam a se tornar motivo de choque quando as partes envolvidas, pais e jovens, sobretudo os mais velhos, tentam impor a sua visão de mundo.
Para que não ocorra essa imposição, por nenhuma das partes, deve haver muito diálogo, nos relacionamentos, objetivando a construção de uma nova visão e o aprendizado de que o ponto de vista do outro deve ser respeitado.
Outra questão que leva a essas divergências é a diferença de valores e interesses entre as gerações.
É certo que há valores que são perenes e devem fazer parte da construção do caráter de pessoas de bem. Honestidade, respeito, aprendizado de uma ocupação útil, ética e esforço pessoal são aquisições inquestionáveis.
Porém, se nos mantivermos cristalizados em nossas próprias experiências, tendemos a transferi-las para nossos filhos, não abrindo espaço para que eles desenvolvam seus próprios interesses.
O tipo de educação recebida pelos pais pode colaborar nesse processoOpressão demais e processos de intolerância geralmente não causam resultados positivos. A flexibilidade é necessária em certos momentos.
Deve-se cuidar também com a permissividade em excesso.
Na busca de uma nova definição para si mesmo, o jovem passa a apresentar características que antes desconhecíamos, muitas das quais preferíamos que eles não as tivessem, mas temos que aprender a respeitá-las.
É fundamental diferenciar o que é específico da personalidade do indivíduo, como os gostos e preferências, e o que precisa ser moldado e orientado.               

sexta-feira, 6 de abril de 2012


Dever de trabalhar

Em conhecida passagem do Evangelho, Jesus afirma que o Pai Celeste trabalha até agora e que Ele também trabalha.
Trata-se de um interessante ensino, em um mundo que não costuma perceber o trabalho como uma bênção.
Em todos os quadrantes das atividades humanas, é possível observar criaturas queixosas e insatisfeitas.
Quase todas pedem socorro.
Raras amam o esforço que lhes foi conferido.
A maioria revolta-se contra o gênero de seu trabalho.
Os que varrem a rua querem ser comerciantes.
Os comerciantes desejam a condição de industriais.
Os trabalhadores do campo preferem a existência na cidade.
Quem obedece almeja mandar.
Os convocados aos altos postos falam do peso de suas atribuições.
O problema, contudo, não é de gênero de tarefa, mas de compreensão da oportunidade recebida.
De modo geral, as queixas, nesse sentido, são filhas da preguiça inconsciente.
Trata-se do desejo de conservar o que é inútil e ruinoso, das quedas do próprio passado.
O anseio pelas altas posições sinaliza uma visível vaidade.
O desejo de muito ganhar e pouco fazer evidencia ganância e preguiça.
Todo homem é herdeiro de si mesmo, em especial quanto a seus pendores e aptidões.
Ele é sabiamente colocado pela vida nas posições mais adequadas ao próprio burilamento.
Por certo o esforço individual tem o seu papel a cumprir nos destinos humanos.
É sempre louvável o homem que vence as injunções de sua vida e supera todos os obstáculos.
Contudo, enquanto atua em determinada área, deve honrá-la e honrar-se com o seu desempenho profissional.
No contexto de uma única vida material, nem todos podem mandar ou deter as posições de fortuna.
Estas se alteram conforme as necessidades de experiência das criaturas.
As posições modestas costumam ser das mais úteis no aprendizado da obediência, da humildade e da frugalidade.
Já as altas colocações são convites à doação ao semelhante.
Não se destinam a satisfazer a vaidade, mas a realizar o bem coletivo.
O importante é valorizar o trabalho, conforme se apresente.
Trabalhar é uma bênção e um dever incontornável.
Nesse sentido, Jesus afirmou que Deus não cessa de agir em Sua obra eterna de amor e sabedoria.
Também aduziu que Ele próprio Se dedica de modo incansável à raça humana.
Assim, quando sentir cansaço ou vontade de reclamar, lembre-se de que Jesus está trabalhando.
A Humanidade começou ontem seu humilde labor.
Mas o Mestre Se esforça por todos desde quando?
Pense nisso.